sábado, 16 de novembro de 2013

LER E LER..

 Pedrinho descobre o prazer da leitura
Pedrinho era um menino feliz. Como todas as crianças gostava de correr pelos campos, trepar nas árvores, meter os pés nos ribeiros e chapinhar na chuva.
Era doce , sonhador e traquina.

Na quinta da avó Maria passava dias entre o pomar e os galinheiros. 
Quando a avó o chamava para fazer os trabalhos da escola, ele obedecia, mas num instante estava pronto a retomar a brincadeira.
E a leitura? tens de ler o texto Pedrinho, advertia dona Maria com ansiedade. O neto detestava ler e isso deixava-a entristecida, pois sabia que através da leitura se adquiriam conhecimentos para a vida.
Ela não estudara. Os tempos eram outros, mas aprendera a juntar as letras e com esforço e dedicação aprendera a ler.
E os tempos livres passava-os na biblioteca. Sim, tinha uma pequena biblioteca.
Pedrinho rolava os olhos e respondia que o texto não tinha bonecos, ou seja ilustração.
Sentava-se com o livro aberto na cozinha com cheiro a maçã.
E lia com a avó.
Esta falava-lhe sobre a ilha que o texto referia e sobre os indíos ali presentes. A avó falava com um entusiasmo que o neto não entendia.
Dia após dia as brincadeiras de bicicleta, a caça aos grilos e os programas na televisão faziam as delícias do pequeno.
Uma noite a doce e paciente avó chamou o neto ao seu quarto e convidou-o à leitura. Pedrinho reclamou. Afinal estava a preparar-se para ver a serie na Tv. A avó perguntou se a seguir ao programa estava disposto a ler. Prometeu que sim e correu para a sala juntando-se ao avô no sofá.
Os olhos saltitavam de excitação com seu herói.
Depois quando terminou foi ao quarto da avó.
Sentou-se esfregando os olhos sonolentos.
A senhora leu-lhe uma bela história.
E pedrinho ouvia.
E fez uma pergunta: - Avó e esse rei era mesmo mau? assim mesmo? ...é só histórinha não é? -
A avó ficou perplexa, pois nunca seu menino formulara uma pergunta sobre algo lido.
Sentiu um laivo de contentamento e disse:- Querido este rei existiu . Reinou no nosso País há muitos, muitos anos atrás. Foi um rei mau, mas outros existiram e com melhor coração.
Pedrinho fez mais perguntas. Ficara indignado com tamanha maldade.
E de noite sonhou com reinos, reis , rainhas, castelos e conquistas.
Ficou curioso sobre o assunto.
Um dia dona Maria ficou pasmada ao ver o neto empoleirado num escadote na biblioteca.
Estava à procura de livros de reis. Queria saber afirmava com voz dura e convicta, porque eram os reis assim. Embora a avó lhe tenha garantido que houvera reis bons, ele duvidava. Queria ver, sim, iria ler a ver quem eram esses reis e se tinham sido castigados. Ou os reis ficavam impunes?
franziu os olhos.
E passou uma tarde de volta dum livro.
Foi o começo do amor aos livros.
Apesar de ser louco pelos prazeres da quinta e das brincadeiras ao ar livre, de vez em quando era apanhado debaixo dum pessegueiro com um livro aberto.
Emíla Maria

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