O FILHO DA MISÉRIA
O FILHO DA MISÉRIA
Acorda menino, sai daí!
_ Não posso não senhor
eu não tenho aonde dormir
nem sou filho de doutor.
Nasci na tarimba sem amor
o meu pai, eu nunca conheci
minha mãe, um dia me abandonou
e eu, não tenho para onde ir.
Conheço de dia, a cruel fome
de noite frio e o sereno
já apanhei de certos homens
já tentei beber veneno.
Meus dias são como fera
só querem acabar comigo
tudo pela ganância da terra
deixam-me, a deriva sem abrigo.
Nunca ganhei um brinquedo
roubo se quero comer
roupa rasgada não me é segredo
meu Deus! O que vou ser ao crescer?
Não tenho sono nem sonho
vivo em bancos ah cochilar
nesse mundo cruel e medonho
se esqueceram de me amar.
Não sei o que me espera
nesse universo desigual
ate Deus se viesse na terá
iam lhes receber com o mal.
deixe-me dormir aqui
uma noite meu senhor
sou uma criança frágil assim
que nem Cristo Redentor.
Antonio Montes 28/10/13
magnífico! a mais amarga realidade do nosso dia a dia... INFELIZMENTE. Muito bonito o poema... Parabéns! Antonio Montes
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