João Urague Filho | 27 de fevereiro de 2014 16:40 |
Lá vai o galo valente
Fiscalizando o terreiro
Passo aqui, passo na frente
Como um brioso guerreiro.
Na cabeça um capacete
Na crista alevantada
Vai tocando clarinete
Na saudação da alvorada.
Na espora a lança gloriosa
Com que defende o quintal
Quando mal vem vindo a aurora
Com seu porte imperial.
No pescoço uma barbela
Como lindo cachecol
Resplendentemente bela
Tirando chispas ao sol.
Na garganta o som potente
Com que acorda a manhã
Mal rompe o sol imponente
Entre cortinas de lã.
Ei-lo agora prestimoso
De conversa com as galinhas
Ciscando o chão primoroso
No protesto das pedrinhas.
Agora ele para e pensa
Espeta o céu com a crista
Ver se escuta desavença
Ver se tem perigo à vista.
E as galinhas e os pintinhos
Qual família muito unida
Cochichando segredinhos
No burburinho da vida.
![]() | ![]() | ![]() |